Na psiquiatria a prescrição de mais de um medicamento e doses altas ou baixas, são comuns e não guardam relação com gravidade da doença. As medicações psiquiátricas aliviam sintomas ou síndromes que podem estar presentes em diferentes transtornos. Uma única doença pode ter 2 ou mais síndromes.
Na depressão, p.ex., podem ocorrer, além da síndrome depressiva (tristeza, desânimo, choro), uma síndrome ansiosa (ansiedade, taquicardia, sudorese) e uma síndrome disfórica (irritabilidade, ataques de raiva, agitação). É possível que este paciente necessite, além de um antidepressivo, de um ansiolítico e/ou um estabilizador de humor. Por outro lado, pode ser que o melhor tratamento seja um medicamento que reúna essas três propriedades (antidepressiva, ansiolítica e estabilizadora de humor). A melhor escolha vai depender de características individuais do caso.
Então, este paciente tanto teria a possibilidade de ser medicado com duas ou três substâncias como de usar um medicamento único e isto depende do que o Especialista Psiquiatra julgar ser o melhor para aquele caso.
Outra situação comum na psiquiatria é o paciente necessitar de outra medicação no decorrer do acompanhamento para compor seu tratamento, seja porque o efeito inicial do primeiro medicamento não aliviou alguns sintomas-chaves para seu bem-estar ou porque necessita de um segundo medicamento para potencializar o efeito terapêutico do primeiro.
Uma terceira situação é a necessidade de um segundo medicamento para atenuar ou combater efeitos colaterais do primeiro. Isso tem sido menos frequente, pois as substâncias mais modernas são mais toleradas e não requerem outros medicamentos para aliviar seus efeitos colaterais.
Um outro exemplo da necessidade de mais de um medicamento são as comorbidades. Elas estão presentes em mais da metade dos pacientes. É comum haver mais de um transtorno psiquiátrico associado, p.ex., um transtorno de humor acompanhado de um TDAH, uma esquizofrenia acompanhada de um transtorno do pânico, etc. Neste caso é necessário tratar todos os transtornos, caso contrário a recuperação do paciente não será completa.
Equipe GyMBrain